terça-feira, 26 de maio de 2015

Prólogo

Em uma garagem comum, estava ele, carregando mais malas do que confortavelmente poderia. Acabara de chegar de uma longa viagem. Uma enorme e entediante viagem, tal como todas desse tipo são. Estar em um carro por dezenas de horas poderia enlouquecer um fraco, mas, como ele mesmo costumava brincar, “não se podem queimar cinzas” e, por isso, perder a sanidade parecia não o intimidar.

Naquele dia ele estaria completamente satisfeito apenas em chegar até a porta, entrar na casa e ir para seu quarto. E, sim, era assim que tradicionalmente a lógica procederia, e ele não tinha motivos para duvidar da previsibilidade da lógica: O sol nascia todos os dias e parecia estúpido até mesmo imaginar uma manhã em que ele se esqueceria de surgir.
_________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário