Um pesadelo que tive em 14 de setembro de 2011. Acordei atordoado e
angustiado. Escrevi isso no início da manhã, pouco depois de ter chegado ao
trabalho.
§
Tive um sonho onde eu estava em uma
prisão no meio de um lugar que lembrava uma ilha. E ela, que parecia estar
presa comigo, tentou fugir por um encanamento subterrâneo. Infelizmente as
coisas não aconteceram como o previsto. Me lembro de uma projeção onde a vi
caindo de algum lugar em meio a uma cortina de água.
Instantes depois, como se mudassem de
quadro, vieram carregando-a numa maca feita de uma madeira que parecia ser
velha e úmida. Ela já estava morta. Foi assustadoramente desagradável. Eu a
olhava a uma distância de três ou quatro passos, com uma pena que me
massacrava. Senti uma tensão muito grande, como se meu cerne estivesse sendo
chacoalhado.
Mas, mesmo morta, ela mexia os braços
vez ou outra, como se estivesse dormindo. Durante meu sonho eu aceitei isso
como normal.
Pensei em como estariam seus pais, se
estariam tão desolados quanto eu estava. Olhei para o horizonte pensando que
eles pudessem chegar de alguma direção.
Lembro-me que segundos depois eu estava
em outro lugar, mas ainda podia vê-la deitada de onde eu estava. Senti vontade
de ir lá para passar meus dedos em seus cabelos, olhar seu rosto de perto e ver
se, por alguma razão, ela decidiria por abrir os olhos.
Eu sempre tive vontade de ficar assim,
perto. Tocá-la. Eu só não queria que fosse nessa circunstância.
... Ana.
Acordei às nove. Eu deveria estar no
trabalho às oito. Não sei o que aconteceu entre mim e o despertador.
... Ana!
§
A inspiração deste texto nunca o leu... Certamente
nunca lerá.
Setembro de 2011
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