segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Boa noite

Um texto curto.



§


_Boa noite.

Salpicada com sua delicadeza, num suspiro irônico, ela provoca:

_ Ainda é tarde. Não vê o sol avermelhar?

_Porque ainda me provoca, se vê que ela já está no fim?


§

A inspiração deste texto nunca o leu... Certamente nunca lerá.


Setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Pesadelo de setembro



Um pesadelo que tive em 14 de setembro de 2011. Acordei atordoado e angustiado. Escrevi isso no início da manhã, pouco depois de ter chegado ao trabalho.

§

Pesadelo de setembro

Tive um sonho onde eu estava em uma prisão no meio de um lugar que lembrava uma ilha. E ela, que parecia estar presa comigo, tentou fugir por um encanamento subterrâneo. Infelizmente as coisas não aconteceram como o previsto. Me lembro de uma projeção onde a vi caindo de algum lugar em meio a uma cortina de água. 

Instantes depois, como se mudassem de quadro, vieram carregando-a numa maca feita de uma madeira que parecia ser velha e úmida. Ela já estava morta. Foi assustadoramente desagradável. Eu a olhava a uma distância de três ou quatro passos, com uma pena que me massacrava. Senti uma tensão muito grande, como se meu cerne estivesse sendo chacoalhado.

Mas, mesmo morta, ela mexia os braços vez ou outra, como se estivesse dormindo. Durante meu sonho eu aceitei isso como normal.

Pensei em como estariam seus pais, se estariam tão desolados quanto eu estava. Olhei para o horizonte pensando que eles pudessem chegar de alguma direção.

Lembro-me que segundos depois eu estava em outro lugar, mas ainda podia vê-la deitada de onde eu estava. Senti vontade de ir lá para passar meus dedos em seus cabelos, olhar seu rosto de perto e ver se, por alguma razão, ela decidiria por abrir os olhos.

Eu sempre tive vontade de ficar assim, perto. Tocá-la. Eu só não queria que fosse nessa circunstância.

... Ana.

Acordei às nove. Eu deveria estar no trabalho às oito. Não sei o que aconteceu entre mim e o despertador.














... Ana!

§

A inspiração deste texto nunca o leu... Certamente nunca lerá.


Setembro de 2011