Esse texto deveria ser
a introdução de um conto inteiro. Eu cheguei a estruturar o restante da
história, mas me faltou inspiração. No entanto estou certo que algum dia o
concluirei.
§
Sim
_Na alegria e na tristeza...
_Na saúde e na doença...
_Até que a morte os separe.
§
As pessoas vão à cerimônias de
casamento certas de que verão e ouvirão o que sempre viram e ouviram, tal como
estão certas de que o sol nascerá amanhã, porque ele tem nascido desde o dia em
que se entendem por gente. Tornou-se um evento sem sentido, onde não são feitas
perguntas responsáveis ao casal, mas sim, onde textos ensaiados são repetidos
pela última vez.
A religião em si não teve sentido
nem se quer durante sua concepção. Ela foi criada para educar os ignorantes,
açoitando-os com pânico de demônios e sofrimento infinito. Por isso, nunca
entendi a razão das belas parábolas por trás dos livros religiosos, uma vez que
o medo que estes mesmos registros causavam, a princípio, era muito maior do que
qualquer amor ou remorso que pudesse se despertar no coração daqueles
indivíduos. Broncos que, sem questionar, aceitaram seu papel no universo e
vivem pressionados pelo paradoxo de um ser que deveria ser a definição do amor,
mas que não tem receio de punir desproporcionalmente um de seus filhos.
Deus foi adaptado para a realidade
atual, até o ponto onde a ciência fez ruir a idéia desse ser. Mas mesmo depois
de se ver livre das pragas e demônios, a humanidade não foi capaz de garimpar o
significado dos textos religiosos. E a religião, de uma vez por todas,
mostrou-se incapaz de realizar a única coisa para a qual dizem ter sido criada:
Dar uma razão para que as pessoas sejam boas, façam coisas boas e se sintam bem
por se manterem assim.
Mas o que esperar de indivíduos que
nem ao menos são capazes de entender o significado de um sim?
§
A inspiração deste texto nunca o leu... Certamente
nunca lerá.